MOBILIDADES: Teorias, Temas e Métodos (MTTM)

MOBILIDADES: Teorias, Temas e Métodos (MTTM) Parte do diretório de grupos de pesquisa do CNPq, o grupo MOBILIDADES: Teorias, Temas e Métodos (MTTM) reúne pesquisadores com diferentes filiações disciplinares e com atuação em instituições de pesquisa e/ou ensino situadas em contextos diversos. Com o intuito de compreender as mobilidades socioespaciais em seu caráter sistêmico, o MTTM avança na formulação de conceitos e protocolos de pesquisa a partir de cinco linhas de pesquisa:

1) Conflitualidades urbanas, (i)mobilidades e fricções: Esta linha de pesquisa contempla as lógicas sociopolíticas que regem os deslocamentos nos espaços urbanos; a questão do acesso desigual aos bens e serviços mediados por infraestruturas de mobilidade; as formas de reapropriação dessas infraestruturas por minorias; as lutas pela permanência territorial ou por condições urbanas mais dignas; as smart cities e outros dispositivos sociotécnicos de gestão do espaço urbano; as disputas em torno da circulação de imagens e representações sobre a cidade.

2) Consumo e mediação sociotécnica: Como fluxos de signos, imagens e coisas interagem na esfera do consumo? Considerando os sistemas sociotécnicos globais, tecnologias móveis e discursos de mercado, interessa-nos refletir sobre: criação e comercialização de experiências; transformação das práticas de consumo em contextos espaço-temporais e as assimetrias que lhe são inerentes; nexos entre cultura material e fluxos midiáticos; produção de artefatos e suas valorações; mediações sociotécnicas em suas clivagens estético-políticas.

3) Métodos móveis e escalas de análise: Diante das novas sensibilidades empíricas e orientações analíticas que o paradigma das mobilidades inspira, interessam-nos refletir sobre: a) os protocolos de observação que devem ser acionados para se garantir uma apreensão das mobilidades como sistema complexo, evitando-se tanto o fetiche da tecnologia quanto a ¿tentação da aldeia¿ e a reificação do global; b) as estratégias de coleta, observação e análise necessários para lidar com experiências não-fixas, multissituadas e multiescalares.

4) Mobilidades (trans)nacionais: migrações e turismos Interessa-nos a complexidade dos deslocamentos de extensão global, permeados por estratégias político-econômicas, subjetividades, narrativas midiáticas e dispositivos de controle. Posto que as viagens são formatadas pelo "olhar do turista" e pelas instituições de governo, interessa-nos decifrar como os fluxos turísticos e outros fluxos transfronteiriços (migrantes, refugiados, exilados) são co-produzidos em diferentes escalas, revelando encadeamentos sistêmicos e redes.

5) Mobilidades em perspectiva interseccional: Esta linha de pesquisa não apenas sublinha a necessidade de incorporação dos "marcadores sociais da diferença" nas reflexões que tomam as mobilidades como objeto de pesquisa, mas reforça a pertinência de se adicionar uma perspectiva móvel ao enfoque interseccional. As/os pesquisadoras/es reunidas nesta linha ocupam-se, portanto, das conexões íntimas entre capital de rede e identidades sexuais, étnico-raciais, nacionais e de gênero.